11 de jul. de 2007

Bem-vinda, quarta-feira.

Depois de 21 horas de trabalho no belo prédio do Brooklin paulista, chegara 6h1.

Fazia o típico frio de julho do inverno paulistano. No terraço, costumamos arejar as idéias. Pausas no trabalho até que são habituais, mas existem momentos em que um intervalo é imprescindível. Obrigatório. E estava eu em um desses.

Percebia que seriam os últimos momentos de noite, apesar da lua ainda imponente. Até pensei estar sozinho, mas seria deselegante desconsiderar a companhia do imponente astro lunar, dos primeiros carros a romper o silêncio da madrugada, do precioso ingrediente de Hallertau, das centenas, milhares de prédios.

Talvez seja apenas uma dúvida minha, mas nunca entendi muito bem o que significava o crepúsculo. Na verdade, nem lembrei desse nome ao me encantar com a profusão de cores que iam surgindo, sutilmente, sobre a escuridão. Uma mistura dinâmica de cinzas, azuis, até mesmo uns lampejos alaranjados. Virando às costas, permanecia o negro da madrugada.

As janelas dos despertos cortavam a rigidez dos edifícios. Os pontos de luz desenhavam formas variadas, difíceis de identificar para o olhar de semana, mas infinitas aos olhos desataferados.

Aos poucos, ao levantar mágico das cores, surgiam vestígios de civilização. Ruídos, outras janelas luminosas, ônibus, transeuntes, e o símbolo máximo do amanhecer.

Despertava, numa quarta-feira única, o sol da cidade cinzenta.