Hoje eu completei 1 mês em Toronto.
E hoje, enfim, eu decidi ir à arvore das folhas amarelas.
E hoje, enfim, eu decidi ir à arvore das folhas amarelas.
Todo dia eu passava por ela.
A árvore das folhas amarelas.
E era impossível desviar o olhar.
E não dedicar a ela toda a minha atenção.
O percurso é sempre rápido.
Casa-estação vai um pouco mais do que 1 quarteirão.
São apenas alguns segundos.
Mas, ao passar por ela,
É impossível não reparar
Naquelas folhas amarelas.
Hoje, antes da chuva, teve sol.
E eu parei.
Deslumbrei.
Fotografei.
E peguei uma
Daquelas folhas amarelas.
Vai ficar como uma lembrança
Das pequenezas dessa terra nova.
E é por serem assim pequenas
Que se tornam especiais.
Como o senhor solícito que entrega jornal na entrada da estação.
Como o delicioso muffin de maçã da cafeteria em frente à escola.
Como o dispenser de álcool gel do quarto andar que sempre está vazio, apesar de todo dia eu tentar.
Como a vontade de sempre dizer "olha, um esquilo!", cada vez que eu vejo um deles.
Como a risada de canto de boca a cada vez que eu vejo um nenemzinho loirinho.
Como o sotaque engraçado e indecifrável dos coreanos da minha sala.
Como o específico jeito canadense de pronunciar o nome da cidade: Xorônrouw.
Como o frio danado que faz pela manhã.
Como aquele pão que é furado no meio.
E como todas as pequenezas daqui
Me fazem lembrar as pequenezas daí
E que me fazem lembrar vocês.
Esse texto é para falar sobre pequenezas.
Mas também para falar de outra coisa,
Que,
só para variar,
não tem nada de pequena:
SAUDADE.