10 de jan. de 2008

CEP 20000. O lapso coca-cólico.

Texto do CEP 20000 - Centro de Experimentação Poética, Rio de Janeiro, ano 2000


É impossível um lapso coca-cólico!

Quando é que alguém diria: "como é mesmo no nome daquele refrigerante"?
"Aquele preto, parecido com a PEPSI...".

Nunca! Seria imperdoável.

Você pode esquecer a luz acesa, a idade do seu pai. O que era mesmo?
Tudo bem, aceitável. Mas o lapso coca-cólico está em extinção.

Existem coisas que não podem ser magoadas.

Mas bem.
Tem gente que a gente conhece a um tempão, e nada!
E tem gente que a gente mal conheceu e sente como se fosse a um tempão.
Você sabe, não é? O meu negócio é rotular, destravar no interior. Não existem coincidências. Existem, sim, N formas de se dizer a mesma coisa.

Se dizer a mesma coisa existem formas N.
Formas de se dizer existem N a mesma coisa, mesma se coisas N de se dizer formas existem.

Tudo é muito previsível, por exemplo: morte do Roberto Carlos.
Manchetes como: “O trono está vago”.
Ou: “O Rei está morto. Viva o Rei!”.

Ou quando da pós-liberação do jogo no Brasil, o surgimento de uma nova Las Vegas no Mato Grosso.

Deixe-me em paz. Eu nasci ontem demais.

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