25 de ago. de 2015

Steel like an artist.




31 de jan. de 2012

Planejamento.



 A informação, meu amigo, é a bola de futebol do planner.

Sem ela não tem jogo.

Sem ela não tem como saber
se você dá um chapéu,
um passe de letra
ou simplesmente dá de bico.

Sem a informação,
rolando graciosa ali no campo,
o máximo que você pode fazer
é dar uns chutes no vazio.

13 de dez. de 2011

A árvore das folhas amarelas e outras pequenezas.

Hoje eu completei 1 mês em Toronto.
E hoje, enfim, eu decidi ir à arvore das folhas amarelas.



Todo dia eu passava por ela.
A árvore das folhas amarelas.

E era impossível desviar o olhar.
E não dedicar a ela toda a minha atenção.

O percurso é sempre rápido.
Casa-estação vai um pouco mais do que 1 quarteirão.
São apenas alguns segundos.
Mas, ao passar por ela,
É impossível não reparar
Naquelas folhas amarelas.

Hoje, antes da chuva, teve sol.
E eu parei.
Deslumbrei.
Fotografei.
E peguei uma
Daquelas folhas amarelas.

Vai ficar como uma lembrança
Das pequenezas dessa terra nova.
E é por serem assim pequenas
Que se tornam especiais.

Como o senhor solícito que entrega jornal na entrada da estação.
Como o delicioso muffin de maçã da cafeteria em frente à escola.
Como o dispenser de álcool gel do quarto andar que sempre está vazio, apesar de todo dia eu tentar.

Como a vontade de sempre dizer "olha, um esquilo!", cada vez que eu vejo um deles.
Como a risada de canto de boca a cada vez que eu vejo um nenemzinho loirinho.
Como o sotaque engraçado e indecifrável dos coreanos da minha sala.

Como o específico jeito canadense de pronunciar o nome da cidade: Xorônrouw.
Como o frio danado que faz pela manhã.
Como aquele pão que é furado no meio.

E como todas as pequenezas daqui
Me fazem lembrar as pequenezas daí
E que me fazem lembrar vocês.

Esse texto é para falar sobre pequenezas.
Mas também para falar de outra coisa,
Que,
só para variar,
não tem nada de pequena:

SAUDADE.

Oui

Aos pés da Torre Eiffel,
No cair de uma tarde de outono,
Ela disse "sim". 
São Pedro,
Sensível que só ele,
Não aguentou a emoção
E sucumbiu às lágrimas.
Ela disse "sim".
 

12 de mai. de 2011

Microprocessamentos//18h.

40 minutos torcedo para o táxi chegar.
Depois 60 minutos torcendo para ele andar.

28 de fev. de 2011

Microprocessamentos//Sistema.

Eu juro que eu vou te matar. Eu juro que eu vou te matar. Eu juro que eu vou te matar. Eu jur... Sim. Pode passar no crédito, por favor.

15 de fev. de 2011

Microprocessamentos//Subindo a serra.

Não...
Não é neblina não, João.
É Cubatão.

16 de ago. de 2010

Microprocessamentos//Poesia.

E lá se foi a poesia.

Virou as costas,
bateu a porta
e foi embora.

Diz que foi comprar cigarros.

A poesia foi-se embora.

4 de nov. de 2008

Modismo.

Moda. Eita coisa chata! Repetitiva. Cansativa. Maçante mesmo.

A moda agora é esta: frase curta. Pequenininha. Mínima. Poucas palavras. E muitos pontos. Haja ponto! Já percebeu? É sempre assim. Duas palavras. Ou umas três. Quem sabe quatro, talvez. E ponto.

Essa é a moda. A bola da vez. Regra é falar pouco.

Faça um teste! Experimente. Queria ver. Escreva como antigamente. Como os românticos. Os árcades. Cada frasão! Enormes! De páginas inteiras. Horas sem ver um ponto.

Mas, espere. A moda não é ruim. Não desgosto. Não mesmo! Até prefiro. Mas sem exageros. É! Nada de extremos. Sejamos equilibrados. Mais objetividade. Menos lengalenga.

Ruim não é. Mas pode cansar. E cansa. Ah, se cansa!

Cansei...

28 de out. de 2008

O que faz, de um poema, um poema?

Charles Bernstein, poeta e professor da University of Pennsylvania.

16 de jan. de 2008

Um filme para não se ver.

Zeitgeist é o filme que “eles” não querem que você veja.

Um filme perturbador, que coloca em xeque grandes mitos construídos na história.

Um filme que contesta o cristianismo.

Um filme com a coragem de afirmar (e com diversas provas) que os ataques de 11/09 foram planejados pelo governo norte-americano, em uma “operação de bandeira falsa com a pretensão de angariar fundos para um novo nível de Imperialismo”.

Um filme que aponta a imprensa como o principal meio para se construir um monstruoso vilão: o terrorismo.

Um filme que é um verdadeiro atentado contra a mentira.

Zeitgeist é o filme que “eles” não querem que você veja.

Mesmo assim, a obra, lançada para a internet, tem milhões de acessos e já é o filme online mais assistido em toda a história.

Algumas reflexões tratadas em Zeitsgeist são abordadas de forma semelhante no livro “Showrnalismo”, de José Arbex Jr. Outro excelente manifesto que coloca muitas pulgas atrás de nossas orelhas.

Zeitsgeist e Showrnalismo são duas boas maneiras de se encontrar sentido em questões intrigantes a respeito das nossas fontes diárias de informação. São obras que trazem à mente aquela intrigante pergunta: “Será?”.

“Eles” não querem que você veja Zeitgeist. Mas, se ainda assim você quiser ver e entender melhor quem são “eles”, clique aqui e assista com legendas em português.

10 de jan. de 2008

CEP 20000. O lapso coca-cólico.

Texto do CEP 20000 - Centro de Experimentação Poética, Rio de Janeiro, ano 2000


É impossível um lapso coca-cólico!

Quando é que alguém diria: "como é mesmo no nome daquele refrigerante"?
"Aquele preto, parecido com a PEPSI...".

Nunca! Seria imperdoável.

Você pode esquecer a luz acesa, a idade do seu pai. O que era mesmo?
Tudo bem, aceitável. Mas o lapso coca-cólico está em extinção.

Existem coisas que não podem ser magoadas.

Mas bem.
Tem gente que a gente conhece a um tempão, e nada!
E tem gente que a gente mal conheceu e sente como se fosse a um tempão.
Você sabe, não é? O meu negócio é rotular, destravar no interior. Não existem coincidências. Existem, sim, N formas de se dizer a mesma coisa.

Se dizer a mesma coisa existem formas N.
Formas de se dizer existem N a mesma coisa, mesma se coisas N de se dizer formas existem.

Tudo é muito previsível, por exemplo: morte do Roberto Carlos.
Manchetes como: “O trono está vago”.
Ou: “O Rei está morto. Viva o Rei!”.

Ou quando da pós-liberação do jogo no Brasil, o surgimento de uma nova Las Vegas no Mato Grosso.

Deixe-me em paz. Eu nasci ontem demais.

CEP 20000. A vida anda passando a mão em mim.

Texto do CEP 20000 - Centro de Experimentação Poética, Rio de Janeiro, ano 2000.

Eu acho que a vida anda passando a mão em mim.
Eu acho que a vida anda passando a mão em mim!

Eu acho que a vida anda passando...
Acho que a vida anda passando.
Acho que a vida anda.
A vida anda em mim.
A vida anda.

Acho que há vida em mim.
Há vida em mim.
Anda passando.
Acho que a vida anda passando.
A vida anda passando a mão em mim.

E por falar em sexo, quem anda me comendo é o tempo.
Se bem que já faz tempo, mas eu escondia porque ele me pegava à força.
E por trás.

Até que, um dia, resolvi encará-lo de frente e disse:
Tempo, se você tem que me comer, que seja com meu consentimento.
E me olhando nos olhos.

Eu acho que eu ganhei o tempo.
De lá pra cá, ele tem sido bom comigo.

Dizem que ando até remoçando.

12 de ago. de 2007

Carta ao dia dos pais

Hoje é dia dos pais. Se, por um instante, pensarmos que não estamos ao lado um do outro, estaremos em um súbito equívoco. Pois carrego você, meu pai, a cada passo. A cada sonho, a cada vitória, a cada momento, seja ele qual for.

Ensinamento é algo que todo pai tem como função. Mas você sabe maravilhosamente transformar o ensinar em divertir. O aprender em viver. Só você ensina a nadar fazendo a gente engolir tanta água. Só você ensina a técnica da coberta para puxar. Ensina o jeito certo de pular na bola. Pegar traíra na represa, arrancar o dedo num movimento mágico, reduzir sem tirar o pé do acelerador.

Você ensinou a não ser uma criança levada. E que a vida, essa sim, deve ser levada de um jeito mais feliz.

Só uma coisa você ainda não conseguiu me ensinar. Como é que cê consegue plantar bananeira daquele jeito?

Pai, você e a mãe guiam a nossa vida. Mostram os caminhos. Ensinam a sempre escolher o melhor deles, mesmo que não sejam os mais fáceis.

Você me mostrou o caminho para amar. Somos uma família que não tem receio de dizer “eu te amo”. É um exemplo de respeito e amor por sua mulher, seus filhos, seus pais, irmãos, amigos.

Você me mostrou o caminho para correr atrás dos sonhos. Ter caráter e força para encarar a vida, que de fácil não tem nada, mas que está aí para ser vivida. Esteve sempre comigo. Na comemoração do vestibular, do primeiro estágio, da formatura. Esteve ao meu lado nas doloridas decisões de sair de casa em busca de um sonho.

Você mostrou o caminho para me orgulhar. Ter orgulho de nossa honestidade. Ter orgulho de nossa vontade. Ter orgulho do meu pai, da minha mãe, da minha família.

Quantos bons exemplos você dá a mim e a meu irmão! Ao telefone, me disse hoje uma bela frase. “É o filho que faz o pai”. E a recíproca é verdadeira. Nós nos fazemos, nos completamos, numa mistura verdadeira e necessária.

Estamos juntos nesse dia dos pais. Do mesmo jeito que estivemos em todos os outros e que estaremos nos próximos.

Se hoje não pude estar em casa, foi porque saí em busca de um sonho: de um dia ser igual aos meus pais. E é isso que me motiva a cada dia.

Boa noite, Zé, meu pai e melhor amigo.

A gente se vê em breve.

11 de jul. de 2007

Bem-vinda, quarta-feira.

Depois de 21 horas de trabalho no belo prédio do Brooklin paulista, chegara 6h1.

Fazia o típico frio de julho do inverno paulistano. No terraço, costumamos arejar as idéias. Pausas no trabalho até que são habituais, mas existem momentos em que um intervalo é imprescindível. Obrigatório. E estava eu em um desses.

Percebia que seriam os últimos momentos de noite, apesar da lua ainda imponente. Até pensei estar sozinho, mas seria deselegante desconsiderar a companhia do imponente astro lunar, dos primeiros carros a romper o silêncio da madrugada, do precioso ingrediente de Hallertau, das centenas, milhares de prédios.

Talvez seja apenas uma dúvida minha, mas nunca entendi muito bem o que significava o crepúsculo. Na verdade, nem lembrei desse nome ao me encantar com a profusão de cores que iam surgindo, sutilmente, sobre a escuridão. Uma mistura dinâmica de cinzas, azuis, até mesmo uns lampejos alaranjados. Virando às costas, permanecia o negro da madrugada.

As janelas dos despertos cortavam a rigidez dos edifícios. Os pontos de luz desenhavam formas variadas, difíceis de identificar para o olhar de semana, mas infinitas aos olhos desataferados.

Aos poucos, ao levantar mágico das cores, surgiam vestígios de civilização. Ruídos, outras janelas luminosas, ônibus, transeuntes, e o símbolo máximo do amanhecer.

Despertava, numa quarta-feira única, o sol da cidade cinzenta.

13 de dez. de 2006

Obrigado, Murphy, pela maior aventura de minha vida.

Já passava das 9 da noite quando o grupo, com pouco mais de 10 amigos, viu surgir no meio da escuridão 2 pontos luminosos. De luz pouca e branca, eles andavam descompassados, saindo da mata em direção ao quiosque. Mal puderam acreditar os amigos no que viram.
“Heróis. Somos heróis de estar aqui”. Falamos um ao outro, abraçados e um tanto aliviados.

O destino é Goiânia. Mais especificamente, uma festa que aconteceria a pouco mais de 30 km da cidade. A origem, Brasília, onde o relógio já marcava 11 da manhã. No dia anterior, combinei de chegar à festa por volta das 10h. O atraso apenas começava.
A viagem, tão comum nos meus finais de semana, nunca trouxe maiores surpresas. Mas, afinal, quem me daria carona era meu grande amigo Jamaica. Com ele, nada é apenas um simples fato. Todo caso é acaso. E pelo óbvio, esta não seria apenas uma viagem.
Ansioso para sair logo, já me encontrava incomodado. Saindo às 11, estaria na festa lá pelas 13. Tudo bem, nada que prejudicasse muito.
Nem meia hora de estrada e a primeira parada. “Duas latinhas, por favor”.
A viagem corria bem. Conversávamos alegres e planejávamos como seria se, após a tensa entrevista de Jamaica, o futuro nos colocasse a morar juntos na capital federal. Cerca de uma hora de viagem, talvez menos, e um barulho começou discreto no motor. A princípio, Jamaica acusou ser escapamento furado. Mas como? Se o barulho vinha do motor? Tudo bem, segue o papo.
Mas o barulho aumentou.
Para nos entendermos, foi preciso aumentar um pouco o tom de voz. Em instantes, já aos gritos, concluímos:
- É. Parece que o barulho aumentou!
- Vamos parar e olhar.
- O quê?
- Encosta e vamos ver o que é!
Jamaica parou o carro e, com nossa ignorância sutil em mecânica, não fizemos idéia do que era. Mas como era alto o barulho!
E não se esqueça. Falamos do Jamaica. Uma vez com ele, o barulho também não seria qualquer barulho. No caminho à procura de um mecânico, não era de se estranhar que toda a cidade olhasse espantada para a estrondosa caminhonete. Quando enfim chegamos a uma oficina, o diagnóstico do mecânico não foi nada animador.
- Junta do cabeçote. Fica pronto hoje não. Ou vocês pegam um guincho para Goiânia ou podem procurar um lugar pra dormir, que o serviço só fica pra amanhã.
A idéia do guincho era impensável, pelo alto custo financeiro. “Que azar”! Reclamei eu. “Quê isso, tivemos foi sorte, quebramos na entrada da cidade, imagina se o carro parasse lá no meio do nada”. Esse otimismo do Jamaica não me convence. Fomos para outra oficina, confiantes em uma salvadora alternativa.
- Olha, dá para arrumar em umas 3, 4 hora. Mas ainda tem que esperar o menino voltar do almoço.
Pelo visto, ainda ficaríamos muito tempo na pequena cidade do interior goiano, Alexânia. Pensei em tomar um ônibus para Goiânia, mas a próxima saída era apenas às 15h, ainda a duas horas. Parceiro é parceiro, e resolvi esperar o conserto da caminhonete, junto com meu amigo barca.
E éramos dois frustrados no meio da praça local. Desanimados com as longas e entediantes horas que nos aguardavam. Mas olha só, um bar aberto! Até arrumadinho, parecendo um quiosque de litoral. Era ali mesmo que ficaríamos.
Logo na primeira cerveja, imaginem só, meu amigo cai da cadeira, derruba a garrafa, quebra o copo. É...
Enfim, acompanhados de uma cerveja gelada, ríamos da nossa seqüência de azar. Mal sabíamos, porém, que ainda era pequena, mínima.
Muitas coisas aconteceram, horas se passaram e cervejas foram bebidas. Quando o relógio apontou 17h30, estava eu no palco do bar, tocando clássicos do rock no violão. Metallica, Pearl Jam, Pink Floyd e até Iron Maiden. O público da cidade começou a encher o quiosque, bicicletas não paravam de chegar, as pessoas cantavam e pediam suas favoritas. Agora a contragosto, teríamos que ir embora. O carro estava pronto e, antes de deixarmos o bar, abraçávamos o dono do estabelecimento, os garçons, os músicos que por nós foram interrompidos, prometemos retorno e, efusivamente, nos despedimos dos novos amigos.
Estrada de novo. Mas, é claro, mais 2 latinhas antes da partida.
A viagem não durou nem mais uma hora. Numa subida, o carro morreu e não ligou mais.
- Bicho, jogamos merda na cruz, só pode.
- Que nada, até que estamos com sorte. O carro morreu logo no posto da polícia rodoviária. Imagina se quebra lá no meio do nada.

Ainda mato esse Jamaica. Eu juro.

E ali estávamos, frustrados e entediados, de novo. 19h, já anoitecendo. E estou convencido de que, se não estivesse com o Jamaica, não teria começado a chover.
Meu pai, numa mistura de vontade e impossibilidade de ajudar, nos pegou no posto policial, que não era longe da entrada de Goiânia. Mas um compromisso com minha avó não o permitiu nos levar em casa, nem emprestar o carro. E a noite tomou conta do dia.
Ele nos deixou logo na entrada da cidade, onde firmamos o seguinte compromisso. Deus, sei lá por quê, não queria que fôssemos a essa festa. Mas somos insistentes. Vamos pedir carona e terminar de percorrer os mais de 30km que nos afastavam da chácara.
- Vamos nessa!
Na rodovia, um polegar fazia o sinal clássico do caroneiro. O outro fazia um sinal de positivo, talvez na intenção de parecer simpático aquele jovem com mochila nas costas.
Juntos, pesamos 200 quilos. Estávamos mal vestidos, exalando a horas e horas de bar e com latas de cerveja na mão. Tudo isso indicava fracasso garantido em nossa intenção de arrumar carona para o local da festa.
E foi que apareceu a Dona Graça.
Não sei bem ao certo o que esse nome podia nos representar naquele momento. Só sei que em seu carro entramos, com destino a Bela Vista.
A jovem e simpática senhora, de 53 anos, paulista, ex-professora de português e um dia vestibulanda de direito, nos acompanhou com um bom papo. O assunto passou pelo interior de São Paulo, foi a Guimarães Rosa e por um pouco de nossa saga naquele sábado de dezembro.
Não faço idéia de quanto tempo durou a carona, mas logo estávamos ali, na beira da rodovia, em frente à estrada de chão que levava à chácara. As palavras foram de agradecimento, mas a vontade era dizer à Dona Graça: pelo amor de Deus, nunca mais faça isso que a senhora fez hoje!
A estrada estava totalmente lameada e havia um breu total. Nem a lua apareceu para ajudar. Não enxergávamos um palmo à nossa frente. Eu peguei o iPod e Jamaica, o celular. Seriam nossos guias.
A caminha deve ter durado uns 10 minutos. Ainda meio embriagados, nos abraçamos, parecendo não acreditar no que fizemos para estar ali. Naquele pouco tempo, além de sofrer alguns tombos, passou-nos à memória o que fora aquele dia. O carro quebrou duas vezes, passamos horas e horas em Alexânia, tudo dando errado, prejuízos, 11 horas de atraso, ninguém podendo nos ajudar, apenas um ao outro. Tudo isso parecia ser puro azar. E era assim que eu pensava. Mas Jamaica, não. Ele viu tudo como uma ótima oportunidade para uma grande aventura. E estava mais do que certo. Até bons amigos fizemos. Nos divertimos, rimos de nós e dos nossos percalços. Vivemos situações que nunca aconteceriam numa viagem rotineira. Aquela pequena caminhada com meu bom e velho amigo Jamaica, como era de se esperar, não foi apenas uma caminhada. Talvez uma grande lição. De como transformar o simples em inesquecível.
Já passava das 9 da noite quando o grupo, com pouco mais de 10 amigos, viu surgir no meio da escuridão 2 pontos luminosos. De luz pouca e branca, eles andavam descompassados, saindo da mata em direção ao quiosque. Mal puderam acreditar os amigos no que viram. Gritos de festejo e abraços cumprimentaram os recém chegados.

- Heróis. Somos heróis de estar aqui.

8 de dez. de 2006

Artigo tirado de uma notícia de jornal

Até quando? Pergunta a primeira página do Correio Brasiliense.

Ótima pergunta.

Até quando os problemas ganharão importância de acordo apenas com a conveniência?

Atrasos de 3, 5, 20 horas, em aeroportos, ganharam, recentemente, cuidados mais do que especiais na oportuna mídia brasileira.

Pudera. Transtornos assim trazem prejuízos. Cancelam reuniões, desmarcam jantares de negócios, atrasam a programação dos telejornais.

Pois veja. O Sr. Alexandre Garcia quer viajar. Precisa viajar. O telejornal não pode esperar. Pega um táxi até o aeroporto, o relógio não para, o celular não descansa, o laptop agiliza o trabalho, já atrasado.

E o Seu Severino? Ele também precisa viajar.

O vizinho dá uma carona até a parada, o motorista abre a porta traseira do ônibus, mas só para a bagagem. O relógio do companheiro ao lado informa o atraso. As crianças! Ah, as crianças! Já devem estar esperando na rodoviária.

Alexandre espera. Severino também. 15 minutos. Meia hora. A inquietação começa. “Terei de ligar para a produção, enviar os textos por e-mail”. “Será que os menino tão com fome”?

45 minutos. Uma hora! Precisamos de uma satisfação!

“Bom dia, senhor, os vôos em Curitiba se atrasaram. Mal tempo, sistema sobrecarregado, problemas no Sindacta. Em breve estaremos informando sobre a chegada da aeronave. Caso permaneça o atraso, estaremos disponibilizando hospedagem e alimentação para os passageiros. Obrigada”.

“Sei não... espera aí na frente mesmo”.

1, 2, 3, 5, 10 horas esperando. Realmente, isso é um absurdo. Na verdade, absurdos.

O absurdo do Sr. Alexandre vira novela. Vai às primeiras paginas, vira tormento político, motivo de indignação no Congresso.

O absurdo do Seu Severino vira silencio. No máximo, motivo para xingamentos perdidos, em rodoviárias ou em conversas familiares.

E, com maquiada indignação, ainda perguntam: “até quando?”. “O povo já não agüenta mais”.

O povo, esse sim, agüenta. Até demais. Até quando?

Felicidades aos grandes amigos Pedro e Xanda.

Lembra daquela história de unha e carne, metades da laranja, feitos um para o outro?
Não é que existe mesmo!

Para muitos, 10 anos de namoro é um baita tempo. Ainda bem. Nesse período, muitas e muitas histórias foram construídas. Histórias divertidas, emocionantes, contagiantes. E você fez parte delas. Viu como este casal cresceu junto, amadurecendo e formando o começo de uma vida inteira, um ao lado do outro. Hoje é quase impossível falar de Pedro sem Xanda e Xanda sem Pedro, não é verdade?

E muitas vezes você escutou ou até mesmo fez esta pergunta: “quando é que vocês vão se casar, hein?”.

Enfim, chegou a hora. Dezembro de 2006 será um mês inesquecível para eles. O mês do “sim”, do “para sempre”, do “marido e mulher”.


Obrigado por fazer parte de nossa história.

Pedro e Alexandra.


Texto para convite de casamento.